Edu:
Temos aqui um histórico menosprezo com a qualidade dos gramados, o que é um
contrassenso se pensarmos nos estilos clássicos de jogo dos brasileiros,
fundados na leveza, no toque e no passe. Pouca gente tem costume de ressaltar
com todas as letras, e insistir nessa questão, que um bom gramado pode ser a
diferença entre a vitória e a derrota, ou melhor ainda, a diferença entre o bom
jogo e a pelada. Temos péssimos gramados, essa é a verdade, incluindo os de
alguns novos estádios da Copa. É um das coisas que a Europa ainda tem a
ensinar.
Carles: Provavelmente está relacionado com a tradicional falta de respeito às
melhores condições de trabalho para qualquer profissional e já não falo de
salário, mas de salubridade, iluminação, ergonomia. Quando e se isso começar, imagino
que os primeiros agraciados serão os trabalhadores de "elite", as
grandes estrelas do futebol, por exemplo. Por ver o lado bom, tem o
desenvolvimento de uma capacidade de superação, que fica demonstrada quando os
jogadores chegam por aqui e, via de regra, encontram tapetes verdes onde podem
demonstrar todo o seu talento. Geralmente, os clubes europeus trocam a grama
uma vez por ano e por exigência dos treinadores, principalmente de clubes com a
tradição de jogar com a bola no chão. Existem empresas especializadas, a
profissão de jardineiro é algo levado muito a sério por aqui. Inclusive, pelo
que eu sei, o gramado do novo Maracanã está sob a responsabilidade de um
pessoal de Garrotxa na região de Girona, Catalunha.
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